Regularização migratória de 112 migrantes é concluída em ação no sul de Roraima

23/10/2024

Na manhã desta quarta-feira, 23 de outubro, três ônibus chegaram ao município de Boa Vista ao Posto de Triagem PTRIG, trazendo 112 migrantes da comunidade de Nova Colina, situada na zona rural de Rorainópolis. Essas pessoas foram trazidas ao local para dar continuidade ao processo de regularização iniciado no mês anterior. A viagem foi viabilizada graças à parceria entre a Pastoral dos Migrantes e a OIM, que providenciou o transporte dos migrantes até PTRIG. A iniciativa vem em um momento de extrema dificuldade para os migrantes que vivem em áreas remotas, devido à longa distância entre Boa Vista, capital do estado, e os municípios do interior.

Nesse sentido a Pastoral dos Migrantes da Diocese de Roraima continua suas ações de apoio aos migrantes no interior do estado, com foco na regularização migratória de venezuelanos e outros estrangeiros que chegam à região em busca de melhores condições de vida. Durante o mês de setembro, a Pastoral, em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Essas iniciativas são fundamentais para garantir que migrantes tenham acesso à documentação necessária para viver legalmente no Brasil e acessar serviços básicos, como saúde, educação e trabalho.

Dificuldades no processo de regularização migratória

A parte do aumento do fluxo na migração que se vêm apresentando nos últimos meses, especificamente depois das eleições na Venezuela, a regularização segue sendo um desafio. Se falamos dos migrantes no interior, a distância entre as comunidades do interior de Roraima e os centros urbanos representa um dos maiores desafios para a regularização dos migrantes. Muitos desses migrantes vivem em áreas de difícil acesso, onde não há serviços regulares de transporte ou infraestrutura adequada. Como resultado, os deslocamentos para Boa Vista, onde a maioria dos serviços de imigração são centralizados, tornam-se inviáveis financeiramente para muitas famílias.

É nesse contexto que o mutirão de Rorainópolis adquire grande relevância, facilitando o acesso dos migrantes a serviços essenciais, como a obtenção de CPF, a solicitação de residência temporária, o pedido de refúgio e a renovação de documentos já emitidos. Com o apoio da OIM e do ACNUR, a Pastoral dos Migrantes tem desempenhado um ponto vital, na promoção da inclusão social e na proteção dos direitos dos migrantes.

Trâmites realizados durante o mutirão

O mutirão de atendimento em Rorainópolis ofereceu uma série de serviços voltados tanto para aqueles que estão regularizando sua situação pela primeira vez quanto para aqueles que necessitam de renovação de documentos. Entre os trâmites realizados, destacam-se:

  1. Solicitação de residência temporária, permantente e refúgio (primeira vez e renovação)
  2. Emissão de CPF
  3. Atendimento de casos de proteção

Os agentes da Pastoral dos Migrantes, juntamente com as equipes da Secretaria de Proteção aos Migrantes (SPM) e outros voluntários, foram responsáveis por acolher e orientar os migrantes ao longo de todo o processo. "Agradecemos imensamente a colaboração de todos os parceiros e agentes envolvidos. Sem o apoio dessas organizações e da comunidade local, não seria possível realizar um trabalho de tamanha magnitude e relevância", destacou a Irmã Terezinha Santin, coordenadora da Pastoral.

Este mutirão é apenas uma parte de um esforço contínuo para atender às necessidades da população migrante em Roraima. A Pastoral dos Migrantes já planeja novas ações para os próximos meses, com o objetivo de dar continuidade ao trabalho iniciado. Segundo os organizadores, o foco agora é trazer para atendimento aqueles migrantes que já foram "predocumentados" nas etapas anteriores, ou seja, pessoas cujas informações já foram coletadas e que aguardam a conclusão do processo de regularização.

A continuidade desse trabalho no interior do estado é fundamental, não apenas para garantir os direitos dos migrantes, mas também para promover sua integração social e econômica nas comunidades locais. Com o apoio de parceiros como a OIM e o ACNUR, a Pastoral dos Migrantes segue firme em sua missão de acolher e proteger os migrantes que chegam a Roraima, enfrentando desafios como a distância, a falta de infraestrutura e a vulnerabilidade social dessas populações.

Texto: Libia López

Jornalista-Fotógrafa

Assessoria de SPM

Fotos: Equipes locais da SPM

spmrrcomunica@gmail.com

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